Os cuidados integrados são essenciais para que as pessoas com doenças raras atinjam o mais alto nível de saúde e de bem-estar e consigam alcançar a igualdade de oportunidades e de direitos e a plena participação na sociedade.
No entanto, os cuidados integrados ainda não são uma realidade para a maior parte das pessoas com doenças raras e para os seus familiares, que se deparam com lacunas significativas na coordenação dos cuidados:
65% têm de se deslocar a diferentes serviços de saúde, sociais e locais num curto período de tempo
67% consideram que esses serviços comunicam mal entre si
7 em cada 10 consideram que organizar os cuidados é demorado
6 em cada 10 consideram que é difícil organizar os cuidados
Porque é que os cuidados integrados são importantes para as pessoas com doenças raras
Viver com uma doença rara tem impacto em todos os aspetos da vida. A maioria das pessoas com doenças raras vive com um problema de saúde grave, crónico e altamente complexo, além de incapacitante.
Como tal, precisam de cuidados e apoio de diferentes profissionais de saúde, bem como de uma variedade de serviços sociais e comunitários.
À medida que crescem, as pessoas com doenças raras também requerem uma abordagem coordenada para a transição da infância para a idade adulta e, mais tarde, para o envelhecimento.
Os cuidados integrados, quer no sistema de saúde, quer entre os serviços de saúde, sociais e comunitários, são essenciais para permitir que as pessoas com doenças raras alcancem a saúde ideal e usufruam de todos os seus direitos humanos em igualdade de circunstâncias com as outras pessoas. Sem isso, a coordenação das tarefas de cuidados recai principalmente sobre a própria pessoa e a sua família, tendo um impacto negativo na sua saúde e bem-estar, assim como na sua participação social, nível de vida e independência financeira.
«Preciso de cuidados e apoio que tenham em conta a minha pessoa no seu todo. Têm de considerar a forma como os meus vários problemas de saúde se interligam e de ter em conta o local e a formo como eu e a minha família vivemos, bem como as muitas barreiras que nos rodeiam. Os profissionais de saúde não se coordenam entre si, por isso eu e a minha família é que gerimos o meu caso. É uma odisseia sem fim conseguir aceder aos nossos direitos sociais e de saúde — tentar gerir as várias consultas, explicar o meu estado de saúde e as minhas incapacidades, tratar de todo o tipo de papelada. É física e mentalmente desgastante e ocupa tanto tempo que nos obriga a faltar ao trabalho e a muitas atividades sociais.»
Adéla Odrihocká, representante das doenças raras, ChéquiaOnde estamos atualmente
Há falta de coordenação entre os prestadores de cuidados no âmbito de cada serviço e entre os serviços de saúde, sociais e comunitários. Em consequência disso, as vias de cuidados são complexas, fragmentadas e difíceis de navegar. Além disso, muitas vezes há uma abordagem centrada na doença e que, por isso, não considera a pessoa como um todo.
VS
Onde queremos chegar
As pessoas com doenças raras e as suas famílias devem receber cuidados atempados, de elevada qualidade, holísticos e ao longo da sua vida de acordo com as suas necessidades. Para que isso aconteça, os cuidados integrados, coordenados entre prestadores de cuidados, devem tornar-se uma realidade.
Objetivos da EURORDIS nos cuidados integrados, holísticos e ao longo da vida
1
Defender os cuidados integrados, prestados numa abordagem holística e ao longo da vida centrada na pessoa.
2
Contribuir para a conceção, concretização e promoção de reformas e de boas práticas de cuidados integrados.
3
Capacitar a comunidade das doenças raras e facilitar o seu envolvimento nas reformas dos cuidados integrados.
Iniciativas, projetos e redes da EURORDIS
A EURORDIS dedica-se a melhorar o acesso a tratamentos e terapêuticas para as pessoas com doenças raras através de uma série de iniciativas, projetos e colaborações a nível europeu e internacional.